quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

As disfunções sexuais e os distúrbios emocionais.

No caso em que um homem experimenta um momento de impotência sexual, por exemplo, isso não representa necessariamente uma disfunção sexual. Mas isso não significa que ele não tenha uma preocupação excessiva com o sexo. É preciso examinar o significado da expressão “disfunção sexual”, assim como os diversos fatores que estão relacionados, principalmente os de ordem cultural e emocional.

A expressão “disfunção sexual” só pode ser aplicada em situações nas quais os aspectos fisiológicos da reação sexual estão alterados. Portanto, os distúrbios das funções — como impotência, ejaculação prematura e ejaculação retardada, vaginismo e anorgasmia (incapacidade de atingir o orgasmo) — são casos em que os aspectos fisiológicos da reação sexual não se alteram.

Assim, comportamentos sexuais específicos — como o homossexualismo, por exemplo — não são considerados disfunções. O homossexual não sofre de uma “doença sexual” — apenas tem um comportamento sexual caracterizado pelo interesse erótico em relação a pessoas do mesmo sexo.

Tanto para o homem como para a mulher, a capacidade de manter relações sexuais satisfatórias depende de múltiplos fatores: de ordem física, cultural e emocional. A primeira condição básica para uma relação satisfatória é a integridade dos órgãos genitais e das estruturas que auxiliam seu funcionamento. Isto é, os sistemas circulatório, neurológico e endócrino (produtor de hormônios) precisam funcionar.

No entanto, mesmo numa pessoa com excelente saúde física, as reações sexuais são altamente vulneráveis aos efeitos da tensão emocional. Assim como estão sujeitas a alterações por situações culturais (quando, por exemplo, uma relação é proibida socialmente). A ansiedade quanto ao desempenho sexual (com origem social ou psíquica) é geralmente uma das causas imediatas das disfunções sexuais.

As ansiedades imediatas, que atuam no momento em que o indivíduo se propõe a ter uma relação sexual, constituem a via final comum pela qual causas mais profundas podem exercer seu efeito prejudicial. Por exemplo, uma neurose profundamente estruturada, constantes desavenças conjugais, ou um sentimento de culpa ligado ao sexo, podem produzir estados emocionais que resultem em disfunção sexual.

O conceito de causas imediatas e profundas não se aplica unicamente à terapia sexual, mas constitui um princípio válido em medicina psicossomática (que estuda as relações entre os processos orgânicos e emocionais, especialmente a maneira como os conflitos psíquicos alteram o funcionamento dos órgãos).

Como as disfunções sexuais podem ser consideradas formas de distúrbios psicossomáticos, adota-se uma estratégia psiquiátrica em seu tratamento. Inicialmente removem-se os obstáculos imediatos ao desempenho sexual. As atitudes negativas da pessoa são corrigidas, pois estas produzem ansiedades e defesas que prejudicam o envolvimento erótico.

Se houver necessidade, mais tarde ou ao mesmo tempo, modificam-se as causas mais profundas da dificuldade sexual. Não se sabe ainda por que, em determinadas pessoas, as estruturas que compõem seu sistema sexual são particularmente vulneráveis à influência das tensões emocionais. Isso ocorre a ponto de causar uma disfunção sexual.

Pode-se supor que algumas disfunções sexuais seriam análogas a certos distúrbios funcionais, como prisão de ventre, enxaqueca ou hipertensão arterial. Em caso da pessoa suspeitar de estar sofrendo alguma disfunção sexual, o melhor é procurar rapidamente um especialista. Tanto devido a fatores fisiológicos, como a emocionais, quando diagnosticados rapidamente, antecipam a cura da disfunção.



Fonte: Jonatas Dornelles

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